Gestão qualificada do Terceiro Setor

Nos últimos anos, o Terceiro Setor brasileiro passou por um significativo processo de crescimento – em 2006, o país contava com 267,3 mil organizações e, em 2010, esse montante subiu para 290,7 mil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Essa expansão, embora positiva para o setor, foi responsável pelo aumento da demanda e da concorrência por recursos. Assim, tornou-se imperativa a implantação de uma gestão mais qualificada e profissional.

Gestão estratégica

A necessidade de serem produtivas e eficientes, a fim de competirem na captação de recursos dos doadores e garantirem a perpetuidade de suas ações, qualidade dos serviços e sua própria sustentabilidade, tem obrigado as ONGs a trilhar o caminho da profissionalização e da qualificação de sua mão de obra. Assim, cada vez mais, essas organizações estão incorporando ações até então restritas às instituições lucrativas, como a utilização de princípios de gestão estratégica e a aplicação de métodos e instrumentos de gestão baseados na eficácia, no alcance de resultados, na prospecção de cenários e na atuação proativa frente às variáveis do ambiente externo. 

Ferramentas para o sucesso

A crescente demanda pela gestão profissional do setor acabou por gerar uma consciência no sentido de essas organizações demonstrarem, inclusive, resultados, com o objetivo de evidenciar a credibilidade de seu trabalho, estabelecendo relações sólidas de parceria, conquistando sua autossustentabilidade e o desenvolvimento contínuo de seu projeto social.

Pensando nisso, muitas ONGs estão adotando processos como a gestão por competência, que enfoca os conceitos básicos de conhecimento (pensar), habilidades (fazer) e atitude das pessoas (ser). Também estão sendo adotadas a gestão para resultados, que é uma ferramenta administrativa que alinha planejamento, ação e controle com vistas à eficiência; a análise de cenários; a definição de metas e o monitoramento de desempenho; entre outros.

Gestão de pessoas

A expansão experimentada pelo setor social apresentou-se como excelente oportunidade para aqueles que desejavam ingressar no mercado de trabalho, aliando competências profissionais à boa vontade e à disposição para fazer a diferença.

Para que o setor continue a crescer e a apresentar bons resulta­dos, as organizações sociais precisam compreender que não basta somente o desejo de “mudar o mundo”, mas, sim, que é imprescindível a adoção de uma postura mais madura e comprometida por parte tanto das próprias entidades quanto de seus profissionais e voluntários.

Diante desse cenário, é preciso rever as práticas de gestão atualmente vigentes e agir de maneira muito semelhante ao ambiente corporativo. Para isso, deve-se recorrer à implementação de processos e de práticas até então desconhecidas da maioria das entidades, mas que sejam capazes de gerar resultados mensuráveis.

Para os próximos anos, um dos principais desafios que preci­sam ser enfrentados pelo Terceiro Setor é a seleção de mão de obra qualificada e compatível às suas necessidades reais. Apesar das peculiaridades do setor em relação ao mercado for­mal de trabalho, é preciso que as entidades contem com o apoio de um departamento responsável pelo pro­cesso de seleção e de contratação de profissionais.

Para alcançar a excelência exigida e se fortalecerem, muitas organizações precisarão definir, de forma clara, a sua política de recursos humanos, fazendo uma reestruturação em seu quadro funcional e dando início à profissionalização no Terceiro Setor.

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