Uma das maiores dificuldades enfrentadas por uma organização social é conseguir se manter em pleno funcionamento, de modo sustentável. Depender apenas de recursos oriundos de editais ou órgãos públicos pode ser um “tiro no pé”, uma vez que toda organização tem custos fixos que, muitas vezes, não são aceitos como parte do orçamento de editais. Assim, podemos dizer, sem dúvida, que toda ONG, em algum momento de sua existência, já se deparou com o “monstro” da falta de recursos, principalmente para custos fixos. Apesar de preocupante – afinal, muitos bons projetos e ONGs “morrem” por falta de dinheiro… –, este é um cenário que pode ser contornado.
As organizações sem fins lucrativos, independentemente de seu porte, podem desenvolver variadas estratégias de captação de recursos para garantir a sustentabilidade econômica e o impacto social positivo de suas iniciativas. Uma boa maneira de superar esse desafio é investir em geração de renda. Para isso, é preciso que a organização seja criativa e trabalhe muito para oferecer serviços e produtos capazes de sustentar seus custos fixos, como recursos humanos e estrutura.
Oportunidades e desafios
A implementação dos programas de geração de renda é uma oportunidade que pode trazer muitos benefícios financeiros e institucionais para organizações. Porém, o estabelecimento de atividades de venda de produtos e serviços demanda a construção de um plano de negócios, que torne mais claros custos, metas, benefícios, esforços e riscos envolvidos nessa operação, além de ser um planejamento profissional e em linha com os preceitos que movem o Terceiro Setor. Esse processo de estruturação de um programa de geração de renda própria pode trazer uma série de desafios, como a necessidade de planejamento e estruturação; a adequação legal da entidade, em especial nos âmbitos estatutário e tributário; a assertividade no cálculo de custos e preços; o conhecimento das necessidades do mercado; o desenvolvimento de um plano de marketing e comunicação adequados; o cuidado com o desvio da finalidade da organização, pois a atividade econômica deve ser caracterizada sempre como meio; entre outros.
O que fazer?
Agora você já tem um panorama geral do que é necessário para começar a estruturar um programa de geração de renda em sua organização. Mas, você tem ideia de como começar, que tipo atividade desenvolver? A seguir daremos algumas sugestões.
- Almoços e jantares beneficentes: é uma tarefa árdua e delicada, afinal, preparar alimentos demanda uma série de cuidados com a qualidade e a higiene do alimento. No entanto, é uma maneira bacana de reunir pessoas engajadas na causa defendida por sua instituição. Se conseguir fazer parceria com um restaurante da região, melhor ainda!
- Bingo: praticamente todo mundo gosta de bingo. É um jeito divertido de brincar, ajudar uma organização social (por meio da venda de cartelas e alimentos durante a brincadeira) e, ainda, ganhar prêmios.
- Produtos: que tal a aproveitar o potencial do público atendido pela organização para produzir alguns bens, como artesanato ou doces? Essa é uma excelente maneira de mostrar o que a sua organização faz, o trabalho que ela desenvolve, e, também, de arrecadar recursos.
- Serviços: sua organização possui uma equipe capaz de disponibilizar serviços que gerem valor para outras organizações da sociedade civil, empresas ou poder público? Então vale a pena pensar em começar a disponibilizar serviços como forma de geração de renda, os quais podem ser cobrados conforme o preço de mercado.
- Atividades em grupo: que tal promover uma caminhada, corrida ou passeio ciclístico por seu bairro? A atividade deve ser moldada de acordo com os objetivos de cada organização e promover a venda, por exemplo, de camisetas e bonés.
- Leilão on-line: reúna produtos e serviços e ofereça-os em um leilão, que pode ser promovido no site da instituição ou em redes sociais. Por exemplo, uma camiseta de futebol autografada ou um CD assinado por um cantor famoso geralmente são bem procurados pelo público.
No entanto, é importante destacar que, qualquer que seja a atividade a ser desenvolvida, ela deve ser moldada de acordo com os objetivos de cada organização – não adianta “bolar um plano mirabolante”, mas que não tenha identificação com a sua organização e suas metas. E vale ressaltar novamente: a conformidade jurídica, principalmente nos âmbitos estatutários e tributários, é elemento fundamental. Não adianta ter sucesso na mobilização de recursos, mas colocar a organização em risco. Regularidade jurídica é parte indispensável da legitimidade que toda organização necessita para atuar no setor social.
Para saber mais sobre estratégias de captação de recursos para organizações sem fins lucrativos ou econômicos entre em contato com a Social Profit.
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